A primeira edição do Symposium Feed Technology: Process and Nutrition Interaction, o primeiro evento focado em tecnologia para a indústria de nutrição animal no país, termina hoje na capital paranaense. Durante três dias, o evento promoveu um amplo debate sobre os mais importantes desafios, oportunidades, tendências, tecnologias e inovação para a nutrição animal, além de reunir fundos para a construção da primeira fábrica de ração piloto em uma universidade do Brasil, na Universidade Federal do Paraná (UFPR), com a finalidade de contribuir com o desenvolvimento de pesquisas, proporcionando uma aproximação maior entre a academia e as demandas do mercado.
Organizador do Symposium Feed Technology: Process and Nutrition Interaction, o Feed Technology Institute – FTI é uma iniciativa concebida pela Evonik e pela DSM em parceria com a Nutrall, empresa incubada na Universidade Federal do Paraná (UFPR), para atender a demanda crescente da indústria por especialização e profissionalização nos processos de produção de rações em toda a América Latina.
“Atualmente, no Brasil, nenhuma universidade possui em seu campus uma fábrica de ração modelo para o desenvolvimento de pesquisas e especialização de estudantes, por isso nos reunimos com esta finalidade. E, principalmente, por acreditar na cooperação tecnológica e científica para o desenvolvimento da nutrição animal”, definiu Marco Lara, gerente de Aplicações e Tecnologia de Ração da Evonik e membro da comissão organizadora do evento.
O propósito do FTI é atender o crescimento da demanda da indústria para a especialização e profissionalização no processo de produção de ração, por meio de capacitação, pesquisa e extensão. Unindo a interface da academia e mercado de produção de rações, instrumentalizando a UFPR com a fábrica de ração piloto com um ambiente de ensino e pesquisa, além de espaço para coworking.
Fábrica de Ração Piloto FTI
O conceito da fábrica é atender as necessidades de rações experimentais com a confiabilidade necessária, com procedimentos de operação de classe mundial e com equipamentos de nível industrial que possam ser expandidos para a realidade da indústria.
“Durante a criação do projeto foram avaliados diferentes diagramas de fluxo de fábricas de rações de institutos de pesquisa e optamos por operações independentes, mas preparadas, para no futuro interligar com transportadoras e permitir a produção contínua de ração”, detalhou Lara.
A fábrica de ração piloto irá desenvolver experimentos que irão trazer benefícios para a indústria. Segundo o executivo da Evonik, a estrutura não tem a intenção de ser uma produtora de ração com uma linha de produção contínua, mas sim, construir processos independentes com capacidade de amenizar as contaminações cruzadas.
Novos padrões para melhores resultados
Nos últimos três anos foram realizados estudos e discussões para definir qual seria o melhor fluxo para a construção da fábrica, a conclusão foi que o projeto será edificado sobre três linhas principais, sendo a linha de moagem, mistura e peletização.
A linha de moagem está sendo desenvolvida para trabalhar tanto com moinho de rolo como de martelo, para atender a base da nutrição da América Latina que é milho e farelo de soja. Essa estrutura deverá proporcionar condições de estudo para definir a melhor escolha de moagem com a tecnologia já utilizada em fábricas no mundo todo, trabalhando velocidade periférica e diferentes matérias-primas.
Em mistura será possível criar padrões e procedimentos utilizando equipamentos a nível industrial e expandir esse conhecimento para a indústria. “A fábrica não irá atuar como um laboratório, mas sim, como uma fábrica em operação. A linha de peletização terá total condição para estudo do tempo de retenção, com resfriador e será preparada para o uso do expander”, explica Lara.
O logo do FTI une a imagem das três linhas que engloba as principais etapas de uma fábrica de ração, estando presente também no logo do Symposium Feed Technology. São os processos, as operações unitárias que compõem uma fábrica de ração que vão interagir e trazer por meio da ração uma melhor qualidade e desempenho aos planteis.
A fábrica ficará localizada dentro da Universidade, em um terreno já disponível, cujo projeto será focado na fabricação de ração, mas também pensando em atender a academia em um momento futuro, com um espaço para que equipes e grupos possam ter com segurança a experiência na prática, além do espaço para expansão e utilização de novas tecnologias, com espaço para uma linha de extrusão, ampliando o atendimento do setores de aves e suínos e integrando os segmentos de bovinos, pet e peixes, atendendo o mercado de ração como um todo, e criando um espaço para capacitação e salas de aulas.
“A melhor notícia que temos para dar é que temos todos os equipamentos doados pela empresa Bühler. Nós temos recursos, temos vontade e temos equipamentos para realizar esse sonho”, finalizou Lara.
Ouça a apresentação da Fábrica de Ração Piloto feita por Marco Lara na íntegra
O Symposium Feed Technology: Process and Nutrition Interaction termina hoje (15), e a programação irá contar com as apresentações de:
“Perdas durante o processo térmico” – Everton Krabbe, Embrapa
“Impacto do expander processo” – Heider Martins, Bühler
“Impacto do expander: Desempenho de frango” – Marco Antônio Ebbing, C.Vale
“Impacto do expander: Desempenho de suíno” – Sergio Noschang, Alibem
“Perspectivas do mercado de rações” – Ariovaldo Zani, Sindirações