Pode ser falsa impressão. Mas a sensação é a de que a SECEX/ME transferiu para outubro corrente parte das exportações de setembro passado, pois os números finais do mês mostraram forte retrocesso em relação ao que vinha sendo registrado nas semanas anteriores.
Dessa forma, carne de frango e suína, que registravam incremento anual de mais de 20% na média diária embarcada, encerraram o mês com expansão abaixo dos dois dígitos. E a carne bovina, que nos 15 primeiros dias úteis do mês vinha registrando aumento anual de quase 10%, completou setembro com uma quase estabilidade no volume exportado.
O problema maior é que o setembro recém-findo teve um dia útil a menos que o mesmo mês de 2022. Em decorrência, o incremento da carne de frango no total mensal caiu para 2,5% e o da carne suína para perto de 4,5%, enquanto a carne bovina registrava decréscimo próximo de 4%.
Como não há mal que venha sozinho, os preços permaneceram em decréscimo, a carne bovina enfrentando redução de quase 25%, a de frango de mais de 14% e a suína de, aproximadamente, 5,5%. Resultado: queda na receita cambial das três carnes. De apenas 1% na da carne suína, mas saltando para uma redução de 12% na da carne de frango e superando os 27% na da carne bovina. Em decorrência, a receita cambial das carnes, pouco superior a US$1,776 bilhão, recuou perto de 20% em relação a setembro de 2022.