O setor suinícola encerra 2025 com desempenho acima das expectativas, sustentado por aumento da produção, recorde nas exportações e recuperação das margens dos produtores. Os números parciais de abate e exportação indicam um crescimento superior a 5% em toneladas de carcaças e cerca de 4% em cabeças abatidas em relação a 2024, com destaque para Minas Gerais (+11,7%), Rio Grande do Sul (+6,5%) e Mato Grosso do Sul (+5%). O peso médio das carcaças também evoluiu, passando de 92,23 kg em 2024 para 93,52 kg neste ano.
Exportações em alta
O comércio exterior foi o principal impulsionador do setor. De janeiro a novembro de 2025, o Brasil exportou 1,372 milhão de toneladas de carne suína (in natura e processada), um avanço de 10,4% sobre o mesmo período do ano anterior. Em receita, o crescimento foi ainda maior: +18,7%, somando US$ 3,29 bilhões contra US$ 2,77 bilhões em 2024.
Os embarques cresceram fortemente para Filipinas, Chile, Japão, México, Vietnã e Argentina, que juntos somaram mais de 220 mil toneladas adicionais. Já as vendas para a China recuaram 72 mil toneladas. Essa diversificação de destinos (“pulverização”) garante maior estabilidade ao setor exportador, reduzindo a dependência do mercado chinês.
Preços e rentabilidade
Mesmo com maior oferta interna — o consumo per capita deve ultrapassar 20 kg/ano — os preços se mantiveram firmes. O pico de cotações ocorreu em setembro, impulsionado por recorde de exportações no mês (134 mil toneladas).
A combinação de demanda aquecida e custos menores de insumos resultou em margens positivas durante todo o ano. A boa safra 2024/25 de milho e soja, com queda acentuada no preço do farelo, favoreceu a relação de troca e garantiu rentabilidade, segundo levantamentos da Embrapa Suínos e Aves.
Perspectivas para 2026
Para o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, o crescimento da produção deve continuar em 2026, mas em ritmo mais moderado — cerca de 4%. As exportações podem avançar 3%, enquanto a disponibilidade interna tende a aumentar pouco mais de 4%.
Apesar do risco de queda nos preços pela maior oferta, o cenário de menor abate de bovinos e possível valorização do boi gordo tende a sustentar o mercado suíno.
Entre os pontos de atenção estão o custo de produção, que pode subir com a esperada redução na safra de milho e o aumento da demanda para etanol, além da investigação antidumping da China sobre a carne bovina brasileira, cujo resultado será divulgado em 26 de janeiro de 2026. Eventuais restrições às exportações poderiam afetar o equilíbrio do mercado de carnes no país.
Conclusão
Mesmo com um cenário mais desafiador, 2026 deve continuar favorável à suinocultura brasileira. A combinação de diversificação de mercados, boa competitividade e oferta estável deve manter o setor em trajetória positiva — desde que não ocorram impactos sanitários ou geopolíticos relevantes.
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