Além de discutir a suinocultura de alto desempenho, o evento também contou com doação de recurso para entidade filantrópica em Goiás
A Associação dos Granjeiros Integrados do Estado de Goiás (Agigo), entidade contribuinte do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (FNDS), ampliou mais uma vez as fronteiras do tradicional Festival do Leitão de Rio Verde, levando o tema suinocultura de alto desempenho para profissionais de todo o Brasil. Realizado na última quarta-feira (27), o evento conduzido pelo diretor executivo da Agigo, Iuri Pinheiro Machado, contou com a participação ao vivo de 200 participantes, que assistiram a palestras ministradas por especialistas sobre os desafios e otimização de resultados na produção de suínos, alta performance na creche e terminação, princípios para concepção de projetos em granjas e também sobre o impacto das pessoas na suinocultura de alto desempenho. O evento continua disponível no Youtube e já contabiliza mais de 850 acessos.
Durante a abertura, o presidente da Agigo, Marcelo Cunha, frisou que o objetivo da associação, que em 2021 celebra 20 anos atuando junto aos produtores de Rio Verde (GO), é sempre trazer novas tecnologias e novas oportunidades para os suinocultores do Brasil. “Essa credibilidade que temos hoje, que concretizamos em mais uma edição desse festival, é resultado de um trabalho conjunto que desenvolvemos ao longo desses anos com todos os demais presidentes”, avaliou.
O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, falou sobre a relevância do tema de suinocultura de alto desempenho para todas as realidades da atividade no país, seja o produtor independente ou integrado e reforçou a parceria com a Agigo. “Em nome do Sistema ABCS, parabenizamos essa iniciativa que traz informações acessíveis e relevantes para diversos perfis de profissionais da suinocultura e produtores. Com certeza, temos muito a ganhar com esse formato sem fronteiras”.
Palestras
Para tratar do primeiro tema, o Festival recebeu o médico veterinário, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e doutor em Fisiopatologia da Reprodução Animal, Fernando Bartolozzo, que abordou o peso das matrizes e dos leitões ao nascer, desmame, pontos de atenção na creche, manejo de puberdade, gargalos nessa etapa de produção, inseminação artificial, gestação, bem-estar animal, nutrição durante a gestação, descarte de matrizes, taxa de mortalidade e de natimortos. O professor destacou a necessidade de inovar e melhorar processos. “Precisamos ter coragem para ouvir e quebrar paradigmas, ter acesso a informações de qualidade e trazer a discussão para dentro das granjas. Temos que ter emprego de dados e experimentos confiáveis, além de controle de qualidade e procedimentos.”
O segundo palestrante foi o consultor da Integrall, médico veterinário, mestre em reprodução e doutor em nutrição, Roniê Pinheiro, que falou sobre nutrição e alimentação animal, manejo, fornecimento de ração após o desmame, tempo correto de amamentação, consumo de água após o desmame, gestão de ambiência, tipos de piso, fornecimento e qualidade da água, altura adequada dos bebedouros e redução de desperdício, sistema de alimentação líquida, regulagem dos cochos, granulometria alimentar e conversão alimentar. Ele ressaltou também os impactos da evolução genética na mudança dos animais, que apresentam diferentes resultados na creche, como por exemplo, um menor índice de Ganho de Peso Diário (GPD) na creche, e uma deposição de carne magra por um período maior.
O evento seguiu para a palestra da doutora em medicina veterinária Djane Dallanora, discutiu as metodologias ligadas às pessoas, às quais podem ser utilizadas para melhorar os resultados das granjas, numa palestra com foco em recursos humanos. De acordo com Djane, “na suinocultura, por mais tecnologia que já tenhamos embarcada nas granjas, ainda somos altamente dependentes da atividade humana para tarefas essenciais. O desenvolvimento de pessoas e de tecnologia precisam andar juntos com o mesmo nível de investimento dentro das granjas, pois o impacto do ser humano dentro da suinocultura é gigante, são os grandes investidores, técnicos, pessoas ligadas diretamente à gestão da granja e à rotina da granja.” Ela destacou também a importância de procedimentos adotados para receber novos funcionários, a criação de ambiente de trabalho justo e coerente, a revisão contínua e presente da qualidade do ambiente de trabalho e instalações, e procedimentos com foco nas pessoas.”
E para finalizar, o zootecnista e supervisor de serviços técnicos da Agroceres PIC, Gustavo Lima, explicou a importância das instalações para a suinocultura de alto desempenho, falando sobre os novos projetos que estão sendo concebidos, gestão de mão de obra, dimensionamento, tipo de instalações, pisos e tecnologias disponíveis no mercado, como biologia do crescimento, tipos de terminações e robotização. Ele ressaltou que, “A suinocultura brasileira é heterogênea, e para que as tecnologias tenham bons resultados, precisam respeitar as variações de cada estado.”
Festival Solidário
Além de levantar temas técnicos importantes para o dia a dia das granjas e da produção suinícola, o festival se preocupou também em realizar uma campanha solidária para ajudar a Associação Beneficente André Luiz (ABAL), um lar para velhinhos localizado em Rio Verde (GO) que atua no acolhimento e cuidado de idosos há mais de 50 anos. Na ocasião, os participantes doaram mais de R$ 17 mil reais que serão usados para oferecer proteína animal na alimentação diária dos residentes do lar, arcar com itens de higiene, como fraldas, salário dos funcionários e medicamentos. O presidente da Agigo, Marcelo Cunha, agradeceu a todos os participantes e a todas as pessoas que colaboraram com a iniciativa. “O que move esse trabalho é a sociedade goiana, e hoje todo o Brasil. Agradecemos a contribuição de todos!”
Veja o evento completo!
https://www.youtube.com/watch?v=8A8k-J94JRY