O consumo de carne suína no Brasil deve manter a tendência de crescimento neste mês de dezembro, sustentado por fatores sazonais, econômicos e culturais. A expectativa é de alta nos níveis de demanda, com perspectiva de manutenção do consumo per capita próximo ao recorde de 19,5 kg/habitante registrado em 2024, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e do IBGE.
“A sazonalidade positiva típica do fim de ano, marcada pelas festas natalinas reforça o apelo da proteína suína, especialmente em cortes como pernil, lombo e leitão”, afirma Gabriel Villela Dessimoni, doutor em nutrição e produção animal e nutricionista da Quimtia Brasil. Segundo ele, esses produtos têm presença tradicional nas ceias de fim de ano e concentram parte relevante das vendas do setor no último bimestre.
Ainda para o especialista, o mercado de suinocultura nacional vem se antecipando à alta de demanda com planejamento específico de produção e distribuição. De acordo com ele, ajustes no manejo reprodutivo e no ritmo de abates têm garantido a oferta dos cortes mais procurados.
“Além do apelo sazonal, a aposta para esse fim de ano é que o período se torne uma janela estratégica para ampliar o consumo per capita”, afirma. A previsão, segundo o especialista, é que a experimentação de novos cortes e preparações durante as festas acabe se convertendo em hábito de consumo ao longo do próximo ano, o que deve consolidar a presença da carne suína na rotina alimentar do brasileiro.
Muito além do fim do ano
Embora a carne de frango siga como a proteína mais consumida no país, com cerca de 45 kg per capita, a carne suína vem ganhando cada vez mais espaço. Para Gabriel, a combinação entre preço competitivo e valorização cultural tem ampliado sua participação no mercado interno, sendo amparada por mudanças nos hábitos alimentares e por ações de reposicionamento do setor.
“Nos últimos anos, o setor tem realizado esforços contínuos e estratégicos para popularizar o consumo da carne suína, que vão além da sazonalidade de fim de ano. E aspectos como a desmistificação de preconceitos antigos, como a crença de que a carne suína é ‘gorda’ ou ‘suja’, além da promoção da proteína como uma opção saudável, versátil e acessível também vem sendo fatores que contribuem para popularizar a proteína em ocasiões de consumo em que ela tradicionalmente não era a primeira opção”, conclui Gabriel Dessimoni.




















































