Ao contrário de anos atrás, quando os períodos de safra e entressafra da carne eram bem definidos (devido à incipiência da produção industrial), agosto de 2022 não foi um bom mês para a produção animal, pois no período recuaram os preços de frango e bovinos, enquanto os do suíno tiveram evolução mínima.
Os resultados não são muito diferentes na comparação com agosto de 2021. Pois, frente a uma inflação (oficial) que só agora começa a ficar abaixo dos dois dígitos, frango, boi e suíno registraram evolução real negativa.
Porém, o que mais chama a atenção é o fato de os preços do milho, no mês, terem ficado 16% abaixo daqueles registrados há um ano. Isso, no entanto, não tem maior significado, pois, em agosto de 2021, o preço médio do milho foi 72% superior ao registrado um ano antes. Portanto, o incremento em relação a 2020 ainda é bastante significativo.
Na média dos oito primeiros meses de 2022, apenas o frango vivo apresenta evolução real de preço positiva, o que deixa a falsa impressão de que o setor vem obtendo ganhos, senão excepcionais, pelo menos superiores à inflação (oficial).
Notar, porém, que em comparação aos mesmos oito meses de 2019, os preços do frango vivo evoluíram bem aquém do maior fator de custo, representado pelas suas duas principais matérias-primas, o milho e o farelo de soja. De toda forma, o desempenho do suíno continua bem pior que o da ave viva.