Com aumento superior a 40% um ano atrás, no primeiro bimestre deste ano a receita cambial das carnes, embora ainda positiva, apresentou forte desaceleração. Não só por conta dos problemas enfrentados pela carne bovina, mas sobretudo pelo esfriamento do mercado mundial após o “boom” observado no primeiro semestre de 2022, ocasião em que os preços das carnes atingiram os mais elevados patamares de todos os tempos.
De acordo com levantamento efetuado pelo MAPA junto à SECEX/ME, no bimestre inicial de 2023 a receita cambial das carne somou US$3,570 milhões, valor que representou aumento de apenas 5% sobre idêntico período do ano passado.
Pesou mais, no caso, a forte retração sofrida no preço da carne bovina, que recuou quase 12% e foi acompanhado por uma queda de 1,26% no volume embarcado. Daí uma receita cambial perto de 13% menor que a de um ano atrás.
Tais perdas foram contrabalançadas, sobretudo, pela carne de frango. Volume e preço médio aumentaram entre 11% /12%, daí uma receita que, sendo 25% superior à do 1º bimestre de 2022, correspondeu a 43,86% da receita total das carnes, superando em quase um ponto percentual a receita da carne bovina.
Mas a carne suína, profundamente afetada em 2022, continua agora em franca recuperação., pois o volume embarcado no bimestre aumentou quase 15,5%, enquanto o preço médio subiu 12%. O resultado, por ora, é uma receita cambial perto de 30% superior à de janeiro/fevereiro de 2022.