De acordo com a FAO, em fevereiro passado o índice de referência dos preços internacionais de commodities alimentares caiu pelo décimo primeiro mês consecutivo. Mas carnes e cereais (aqui inclusas as matérias-primas para alimentação animal) permaneceram em relativa estabilidade, permanecendo, aproximadamente, com os mesmos preços alcançados em dezembro passado.
No mês, o Índice de Preços dos Alimentos (FFPI, na sigla em inglês) teve média de 129,8 pontos, valor que representou redução de pouco mais de meio por cento sobre janeiro, mas que ficou quase 20% abaixo do alcançado em março do ano passado, quando os alimentos registraram pico histórico de preço (159,7 pontos).
A queda registrada no mês refletiu, sobretudo, a redução de preço dos óleos vegetais (3,24% a menos em um mês; 32,64% a menos em um ano) e dos laticínios (-2,70% e -7,22%), cujos níveis neutralizaram o aumento do açúcar (+6,93% no mês; +12,99% em um ano).
Naturalmente, de maior relevância para a produção animal é o preço dos cereais. Pelo terceiro mês consecutivo ele se manteve em torno dos 147 pontos, valor que permanece quase 1,5% acima do alcançado um ano atrás, mas que representa redução superior a 15% em relação ao pico histórico de preços registrado em maio do ano passado.
As carnes também apresentaram redução (de 11%) em relação ao pico histórico (125,9 pontos em junho de 2022). Mas os 112 pontos alcançados em fevereiro significaram redução de apenas 0,12% sobre o mês anterior e de 1,7% sobre o mesmo mês do ano passado.
Conforme a FAO, a estabilidade pelo terceiro mês consecutivo foi garantida pela carne suína, porquanto os preços da carne bovina permaneceram inalterados e os da carne de frango recuaram.
A carne suína aumentou devido à restrita disponibilidade de produto para exportação na União Europeia. Já os preços da carne de frango recuaram (no Brasil, queda mensal superior a 5%, conforme a FAO e a SECEX/ME) por conta da oferta abundante no mercado internacional. Isto, a despeito de a Influenza Aviária vir afetando a produção de diversos grandes exportadores.