Quase simultaneamente à divulgação pela Conab, no Brasil, das primeiras previsões para a próxima safra agrícola, a FAO divulgou suas estimativas, em nível mundial, para a produção, consumo e comércio de cereais para o próximo ano.
Em relação aos grãos forrageiros (isto é, os destinados sobretudo à alimentação animal), previu variação positiva apenas no tocante ao estoque inicial. Ou seja: em 2023 caem produção, utilização, comércio e estoque final.
Permanecendo aquém do que foi registrado em 2018 e 2019, o estoque inicial aumenta pouco mais de 5%, índice insuficiente para cobrir a queda de quase 3% na produção, daí resultando suprimento 1% inferior ao recorde do ano passado – pouco mais de 1,862 bilhão de toneladas.
A utilização tende a apresentar um recuo de 0,62%, resultado que – segundo a FAO – provém da menor utilização de milho nas rações, especialmente na União Europeia, EUA e Canadá. Mas não, necessariamente, porque haja queda na produção animal e, sim, porque a oferta estará extremamente ajustada.
Como reflexo da menor utilização, o comércio de grãos forrageiros pode recuar mais de 3% no próximo ano. O que não impedirá que o estoque final fique mais de 5% aquém do previsto para 2022, representando volume correspondente a menos de 23% da utilização prevista. Se isso se confirmar, será a mais baixa relação observada nos últimos seis anos.