Competitividade do cereal brasileiro se intensifica e contribui.
A volatilidade dominou o mercado do milho na B3 ontem, terça-feira (27), mas ainda assim os preços terminaram o dia com boas altas. Os futuros do cereal subiram entre 0,8% e 1,6% nas posições mais negociadas, com o julho fechando a sessão com R$ 64,57, o setembro a R$ 66,02 e o janeiro/26 a R$ 71,82 por saca.
O mercado começou o dia testando ganhos superiores a 1%, perdeu força no início da tarde, mas recuperou o fôlego e fechou positivo. A pressão vinda durante o dia refletiu a confirmação de um novo caso de gripe aviária em aves silvestres no estado de Minas Gerais. “Apesar da detecção não ter sido em uma granja comercial, o cenário causa apreensão pela disseminação dos focos de influenza aviária estarem em vários estados do Brasil”, informa a equipe da Agrinvest Commodities.
Por outro lado, a OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal) decretou o fim do caso de gripe aviária em âmbito nacioanl e restringiu o problema apenas ao município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, onde foi confirmado o caso em uma granja comercial. A notícia trouxe certo fôlego ao mercado e o cenário permanece sendo acompanhando bem de perto.
O presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, informou que está em articulação com a ABPA e com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), para que os países que importam produtos avícolas do Brasil atendam a questão da restrição no raio de 10 quilômetros de onde a doença foi identificada. “O mundo está caminhando para isso, o Japão já tomou essa decisão, representantes da Coreia do Sul virão ao Brasil para avaliar a regionalização, e esperamos que mais países tomem esta decisão”, disse.
As altas ainda se deram nesta terça-feira apesar de um dia de baixas para o dólar e do avanço da colheita da segunda safra. A moeda americana encerrou o pregão perdendo 0,53% e cotada a R$ 5,65, tendo trabalhado o dia todo em campo negativo.
Além disso, a Agrinvest Commodities informou ainda que “mercado físico do milho está voltando ao seu normal. Durante o 2º semestre de 2024 e o 1º semestre desse ano, o milho americano dominou o mercado (…) Nesse momento já temos mudanças importantes na matriz de competitividade, colocando o Brasil novamente como a origem preferencial para os próximos meses para os Tenders na Ásia”, o que também traz certo suporte às cotações na B3.