Montantes incluem aumento nos financiamentos LEAF e ICF, além de fundos privados na casa dos bilhões de dólares
O Reino Unido liderou uma série de anúncios de financiamento para eliminar e reverter o desmatamento na Amazônia e outros biomas brasileiros. Os investimentos incluem um reforço em iniciativas já existentes, como £300 milhões para o Financiamento International sobre o Clima (ICF) e £200 milhões para a Coalizão LEAF.
Os anúncios fazem parte de um pacote sem precedentes de compromissos econômicos e políticos para acabar com o desmatamento em todo o mundo, assinado por mais 100 líderes mundiais durante a COP26. Os montantes chegam a £8,75 bilhões (US$ 12 bilhões) em financiamento público, além de £5,3 bilhões (US $ 7,2 bilhões) de investimento privado.
As florestas absorvem cerca de um terço do CO2 global liberado da queima de combustíveis fósseis todos os anos, mas estamos perdendo-as em uma velocidade alarmante. Uma área de floresta do tamanho de 27 campos de futebol é perdida a cada minuto.
“Este conjunto de financiamentos é uma iniciativa sem precedentes. Aliada ao compromisso dos líderes mundiais, representa um grande sucesso que envolve empresas, instituições financeiras e bancos multilaterais de desenvolvimento. As florestas têm um importante papel de regulação do clima no planeta além de apoiar comunidades, subsistência e produção de alimentos. Nosso futuro depende deste comprometimento”, afirma o Embaixador britânico no Brasil, Peter Wilson.
Saiba mais sobre as diferentes fontes de finanças contra o desmatamento apresentadas na conferência:
Financiamentos anunciados pelo Reino Unido
– ICF: O Reino Unido espera investir até £300 milhões na região amazônica da América Latina para deter e reverter o desmatamento, proteger a biodiversidade e implementar o crescimento verde. Esta é parte do compromisso do Reino Unido de investir £3 bilhões em finanças climáticas para proteger e restaurar a natureza.
– LEAF: o Reino Unido anunciou até £200 milhões para a Coalizão LEAF, uma iniciativa multigovernamental apoiada por dezenas de grandes empresas globais que já apoia propostas e projetos em pelo menos oito estados brasileiros.
Financiamentos de iniciativa privada
– IFACC: Finanças Inovadoras para a Amazônia, Cerrado e Chacho vão anunciar $3 bilhões de dólares para acelerar a produção de soja e gado livres de desmatamento e conversão na América do Sul.
– NCIA: A Aliança de para Investimentos em Capital Natural da Iniciativa dos Mercados Sustentáveis, fundada por SAR o Príncipe de Gales, vai anunciar 12 novos membros e pretende mobilizar $10 bilhões de dólares em capital privado até 2022.
– o Governo dos Estados Unidos vai anunciar um novo Clube de Investidores em Florestas, fornecendo uma plataforma para construir um sistema para investimentos positivos em escala para florestas e garantir parcerias entre investidores globais.
– Junto a isso, haverá também pelo menos 5,3 bilhões de libras (US$ 7,2 bilhões) de financiamento recém-mobilizado do setor privado.
– Os CEOs de mais de 30 instituições financeiras com mais de US$ 8,7 trilhões de ativos globais – incluindo Aviva, Schroders e Axa – também se comprometeram a eliminar investimentos em atividades ligadas ao desmatamento.
Outros investimentos governamentais
– Os governos que representam 75% do comércio global de commodities que podem ameaçar florestas – como óleo de palma, cacau e soja – também assinarão uma nova Declaração de Florestas, Agricultura e Comércio de Commodities (FACT). Os 28 governos, incluindo o Brasil, estão se comprometendo com um conjunto comum de ações para fornecer comércio sustentável e reduzir a pressão sobre as florestas, incluindo apoio aos agricultores familiares e melhoria da transparência das cadeias de suprimentos.