Ao encerrar-se o Século XX (ano 2000), a produção brasileira das três principais carnes somou cerca de 15,1 milhões de toneladas. Então, o maior volume foi o da carne bovina (6,6 milhões de toneladas, 43,5% do total), seguida muito de perto pela carne de frango (6 milhões de toneladas, 39,5% do total). A carne suína representou perto de 17% do total, alcançando 2,6 milhões de toneladas.
Menos de um quarto de século depois essa produção mais do que dobrou. Em 2024 superou 31,5 milhões de toneladas, aumentando quase 109% – aproximadamente, 3% ao ano, em crescimento praticamente contínuo. Nesse período, o volume total registrado recuou em apenas uma ocasião, mas como efeito da primeira grande crise econômica mundial do Século XXI (biênio 2008/2009).
Quem garantiu essa expansão foi a carne de frango. Pois a carne bovina, que em 2000 correspondia a quase 44% da produção total, chegou a 2024 representando pouco mais de um terço (34.5%) do que foi produzido no ano – uma redução de 20% em relação a 2000.
A carne suína teve aumento de participação, mas de menos de meio por cento. Mais exatamente, de 16,91% para 16,99%. Ou seja: a maior contribuição para o incremento registrado veio da carne de frango, cuja participação – de aproximadamente 40% em 2000 – subiu para 48,47% em 2024, correspondendo a quase metade da produção das três carnes.
No corrente exercício a participação da carne de frango no total pode aproximar-se ainda mais dos 50%. Pois enquanto a CONAB prevê aumento de mais de 2% na produção de carne de frango, sinaliza que a de carne bovina pode recuar quase 5%. A de carne suína tende a aumentar pouco mais de 3%.
Se essas previsões se confirmarem, será a segunda vez – no primeiro quarto do Século XXI – que ocorre uma redução na produção brasileira de carnes. Mas por margem mínima. E, desta vez, por razões absolutamente naturais: final de um ciclo na produção de carne bovina.