Empresário do setor agropecuário em Mato Grosso, Fávaro foi eleito para o Senado no pleito suplementar realizado em abril de 2020 no Estado, após a cassação da então senadora Selma Arruda (PSL). Antes, ocupou o cargo como substituto, já que havia ficado em terceiro lugar nas eleições de 2018.
Nascido no interior do Paraná, migrou com a família ainda criança para Mato Grosso e repetiu a saga de muitos sulistas que apostaram no Estado para expandir a atividade agropecuária e prosperar. Instalado em Lucas do Rio Verde, cultivou soja, milho, sorgo e arroz. Atualmente com 53 anos, investe na criação de gado.
Antes de chegar ao Senado, Fávaro atuou em entidades de classe do agronegócio e no governo estadual. Foi presidente da Cooperativa Agroindustrial dos Produtores de Lucas do Rio Verde de 2007 a 2011 e vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) em 2010.
Dois anos depois, foi eleito presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), cargo que ocupou até 2014, quando se licenciou para concorrer como vice na chapa de Pedro Taques ao governo do Estado. Eleito, acumulou por anos o cargo de secretário de Meio Ambiente.
Junto ao deputado Neri Geller (PP) e o empresário do ramo de sementes Carlos Augustin, Fávaro elaborou as propostas de governo de Lula para a área do agronegócio, com ênfase na expansão da produção sustentável e no barateamento dos financiamentos ao setor. Fiel desde antes da campanha, foi nomeado em 16 de novembro para coordenar o grupo técnico de Agricultura, Pecuária e Abastecimento da transição, que contou com três ex-ministros na equipe. Recentemente, articulou com o presidente eleito a criação de linha de crédito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a conversão de 5% da área de pastagens degradadas em lavouras.
No Senado, a atuação é focada nas comissões de Agricultura e Reforma Agrária, Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional e Turismo. Já teve uma proposta de sua autoria aprovada e convertida na Lei 14.406/2022, que prevê o uso da aviação agrícola no combate a incêndios florestais.
Fávaro é defensor do projeto de lei que altera as regras para registro, comercialização e uso de agrotóxicos no país. Batizado pelos críticos como PL do Veneno, o texto gerou divergências entre os demais integrantes da transição do governo eleito. Sem consenso, a votação da matéria foi adiada várias vezes na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, mas foi aprovada em uma das últimas sessões do ano.
Fávaro tem ligação estreita com o setor por ser produtor rural e ex-presidente da Aprosoja-MT, uma das mais importantes entidades do país. Por outro lado, apesar de atuar em pautas do campo, não integra oficialmente a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), uma das mais fortes do Congresso Nacional. O senador também é apadrinhado por Blairo Maggi, ex-governador de Mato Grosso, ex-ministro da Agricultura e ex-senador, acionista de uma das maiores produtoras de soja do país.
O senador tem a simpatia de grande parte das lideranças pelo perfil moderado e de diálogo aberto, além do conhecimento sobre a realidade do setor. O parlamentar é criticado por produtores mais radicais devido à sua defesa ao PT e ao presidente eleito Lula. No início de agosto, a Aprosoja-MT decidiu em assembleia que Fávaro, Geller e Augustin não teriam legitimidade para representar o setor como interlocutores em Brasília. A entidade disse que, ao apoiar as políticas do PT, como invasões de propriedades privadas, os três entraram em divergência com os valores conservadores da classe produtora.