O gráfico abaixo mostra a evolução dos preços das carnes e dos cereais levantados pela FAO através de seu Índice de Preços dos Alimentos.
Abrangendo o período que vai de janeiro de 2015 a setembro de 2022, o gráfico mostra que até meados de 2020 os dois itens registraram evolução de preço muito similar. De toda forma, no triênio 2015/2017 as carnes obtiveram pequeno ganho, seus preços evoluindo, na média, 4% acima da evolução registrada pelas carnes.
Breve ruptura ocorreu em 2018, ano em que, inversamente, o preço dos cereais evoluiu 6% acima do preço das carnes, situação revertida no ano seguinte, ocasião em que o ganho das carnes ficou novamente em 4%.
Mas foi só, pois a partir de meados de 2020 a ruptura, além de total, passou a ser mais duradoura: prevalece até hoje, mostrando que em todo o mundo e não só no Brasil a alimentação na produção animal tornou-se um grande desafio. Que a guerra na Ucrânia só fez agravar.
Nos primeiros meses do conflito (que já dura quase oito meses) os preços dos cereais explodiram, a ponto de alcançarem valor 100% superior ao dos primeiros meses de 2016. As carnes não deixaram de subir, mas seus preços chegaram a representar apenas 70% do preço registrado pelas carnes.
Como, em setembro passado, o Índice FAO ficou em 147,8 pontos para os cereais e em 121,4 pontos para as carnes, estas alcançaram preço equivalente a 82% do preço dos cereais, resultado não muito diferente do observado nos 33 meses decorridos entre janeiro de 2020 e setembro de 2022: 85%.