A oferta global de carne suína deve seguir pressionada em 2023, resultado da desaceleração da produção na China a partir da segunda metade desse ano e das expectativas de novas quedas nos abates da União Europeia e Reino Unido, por conta do forte aumento dos custos de produção da alimentação e da energia. A questão sanitária ligada a PSA também tem sido outro fator importante, já que o número das regiões atingidas tem aumentado em relação ao ano anterior. Considerando os maiores países produtores e exportadores da Europa, com exceção da Espanha (que deve avançar em 1% a produção este ano sustentada pelas exportações para China), os outros países devem registrar quedas na oferta, cenário que deve se manter no próximo ano
No caso da China, a forte liquidação no rebanho de matrizes reprodutoras, que se iniciou na metade do ano passado e se intensificou no início de 2022 devido aos baixos preços no mercado local, resultou em queda de 6,3% nos estoques de porcas no segundo trimestre desse ano no comparativo anual.
Tal redução dessa categoria animal impactou diretamente no potencial produtivo de carne suína, que vinha de forte recuperação, e forçou a retomada das importações a partir do segundo semestre desse ano para atender a demanda doméstica e recompor os estoques estratégicos controlados pelo governo.
Tal redução dessa categoria animal impactou diretamente no potencial produtivo de carne suína, que vinha de forte recuperação, e forçou a retomada das importações a partir do segundo semestre desse ano para atender a demanda doméstica e recompor os estoques estratégicos controlados pelo governo.
Na nossa visão, este novo ciclo na suinocultura chinesa, focado na estabilização dos preços e da produção, devem continuar trazendo oportunidades para o Brasil em termos de demanda, não somente pela competitividade em termos de preços, mas também, pelo potencial de oferta e pela segurança sanitária.
Para 2023, projetamos que as compras chinesas no mercado externo devem retomar, se elevando entre 5 e 10% com relação ao ano anterior.
Vale lembrar que a chegada sazonal das estações mais frias na Ásia e Europa devem elevar também o número de novos casos de PSA e Covid-19. Com relação a PSA, a suspensão dos testes com a vacina no Vietnã e na China devido aos registros de mortes após a aplicação, deve trazer um desafio adicional para algumas regiões no controle do vírus por conta do “mascaramento” dos sintomas nos animais que foram vacinados e supostamente contaminados.
Existe uma expectativa maior com relação à política de enfrentamento da Covid-19 pelo governo chinês. Conforme visto este ano, a política de tolerância zero e a aplicação de lockdowns em grandes centros consumidores teve impacto direto tanto no consumo local como nos indicadores econômicos dessas regiões. Existe uma expectativa de maior flexibilização nas medidas, que serão adotadas nessa temporada. Fato que deve favorecer principalmente o setor de foodservice.
Os riscos sanitários para o Brasil com relação a PSA fica por conta do Haiti e da República Dominicana, que ainda mantêm a notificação de casos novos e ativos. Porém, a situação parece sob controle até o momento, com o vírus ainda limitado ao território desses dois países. Em partes, isso se deve aos esforços dos vizinhos, México e EUA, que tem elevado os investimentos na região para evitar a dispersão do vírus para outros locais na região.
A análise completa está disponível na Revista do SuiSite, a partir da página 20.