Impulsionada pela preocupação com as mudanças climáticas e com seus impactos no futuro do planeta, a sustentabilidade tem ganhado cada vez mais importância nas cadeias produtivas, pautando não só as ações dentro da atividade, mas as escolhas dos consumidores. Segundo uma pesquisa da Nielsen, em 2019, 42% dos consumidores brasileiros estavam mudando os hábitos de consumo para reduzir seu impacto no meio ambiente. Na suinocultura não é diferente, a cadeia tem adotado diversas iniciativas para reduzir os danos ao meio ambiente e garantir a sustentabilidade da produção e da proteína entregue aos consumidores. Conheça algumas das medidas adotadas:
Biodigestor: Transformando dejetos em fonte de energia, adubo e combustível
O biodigestor é um equipamento utilizado nas granjas de suínos há mais de 20 anos. Conectado a rede de efluentes, o biodigestor recebe os dejetos dos animais e realiza um processo de biodigestão anaeróbica. O resíduo sólido se sedimenta no fundo e a parte líquida passa por um filtro interno, é depurado, filtrado e resulta em um efluente mais limpo e com menor contaminação. O resultado desse processo de fermentação gera o biogás, composto principalmente de gás metano, carbônico, oxigênio, nitrogênio e hidrogênio. Ele é uma importante fonte de energia limpa e renovável que reduz os efeitos negativos da emissão de gases na atmosfera, e diminui os custos com energia elétrica na suinocultura. De acordo com a Associação Brasileira do Biogás (ABiogás), o Brasil tem um potencial de produção que supriria 40% da demanda total de energia elétrica do país. Para saber mais sobre o potencial do biogás acesse o portal criado pelo Sebrae.
E o potencial do biogás não acaba aí. Quando transformado em biometano, o biogás se transforma em um biocombustível que tem potencial para substituir o gás natural veicular utilizado em caminhões nas agroindústrias. Um exemplo desta iniciativa pode ser encontrado em Sorriso (MT), no Frigorífico Nutribras, parceiro da ABCS que junto da Universidade do Vale do Taquari (Univates), criaram o 1° caminhão movido a biometano suíno do Brasil.
E o potencial do biogás não acaba aí. Quando transformado em biometano, o biogás se transforma em um biocombustível que tem potencial para substituir o gás natural veicular utilizado em caminhões nas agroindústrias. Um exemplo desta iniciativa pode ser encontrado em Sorriso (MT), no Frigorífico Nutribras, parceiro da ABCS que junto da Universidade do Vale do Taquari (Univates), criaram o 1° caminhão movido a biometano suíno do Brasil.
Após a geração do gás produzido pelo biodigestor, os resíduos deste processo viram biofertilizantes, utilizados como adubo orgânico na agricultura. Este material reduz a formação de resíduos deixados pelo adubo químico, e potencializa a fertilidade do solo. A Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA) estima que 36 milhões de toneladas de fertilizante foram utilizadas no Brasil apenas em 2019. Essa produção apresenta para os produtores a oportunidade de diversificar seus empreendimentos, integrando a produção que já existe, e utilizando como fonte de insumo que seria descartado, aumentando assim a rentabilidade da propriedade rural.
Energia limpa
Além do biogás como fonte de energia limpa, muitas granjas utilizam a energia solar, por meio de placas fotovoltaicas instaladas na propriedade. Essas outras fontes de energia ajudam a reduzir as emissões de gases de efeito estufa no meio ambiente, colaboram para uma suinocultura mais eficiente energeticamente e de baixa emissão de carbono. Além disso, essa adoção a longo prazo se torna financeiramente mais rentável para o produtor que se torna auto suficiente e dono da sua própria geração de energia elétrica.
Uma só saúde e um só bem-estar: uso racional de antimicrobianos e bem-estar animal na suinocultura
Antimicrobianos são substâncias utilizadas na saúde humana e animal, com a capacidade para destruir ou inibir o desenvolvimento de microorganismos, como bactérias, fungos, vírus ou protozoários. O uso excessivo e inadequado de antimicrobianos é um tema de alerta amplamente debatido em todo o mundo, pois pode acarretar no aparecimento de bactérias resistentes à ação de medicamentos, colocando em risco o controle de doenças e sendo uma ameaça crescente à saúde humana, animal, e ao meio ambiente.
Por ser uma responsabilidade compartilhada entre todos, a produção de suínos tem dado atenção no que diz respeito a promover o uso racional e eficaz de antimicrobianosna suinocultura, através de programas de vacinação para proporcionar uma melhor imunidade aos animais, além da adoção de planos de biosseguridade nas granjas, e de conceitos de bem-estar animal (BEA), monitoramento das doenças com correto diagnóstico e a implementação de substitutivos aos antibióticos para proporcionar o equilíbrio da microbiota e melhor resposta imunológica.
O uso racional de antimicrobianos e a aplicação dos conceitos de BEA estão intimamente ligados. Os conceitos de BEA compreendem as chamadas “5 liberdades”, onde o animal deve estar livre de fome e sede, livre de desconforto, livre de dor, sofrimentos e doenças, livre de medo e angústia e deve possuir liberdade para expressar seu comportamento natural. A Instrução Normativa 113 publicada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) também prevê a implementação de medidas de BEA em granjas brasileiras. Na prática são implementadas medidas como: instalação de pisos adequados, enriquecimento ambiental, alojamento coletivo de matrizes, treinamentos para o manejo adequado com os suínos e outros cuidados que garantem o bem-estar dos animais. Uma granja modelo neste tipo de adoção é a Granja Miunça, no Distrito Federal (foto).